Marketing que DEPRECIA
Existem tantos recursos de propaganda e publicidade, mas alguns acabam denigrindo a imagem da marca, produto ou empresa que os utiliza. O Homem placa, tem sido amplamente difundido em São Paulo e outras metrópoles ao redor do mundo, sendo para inaugurações, construtoras anunciando projetos novos, e aqui desde muito tempo, para anunciar serviços, venda de ouro, empréstimos e vagas de emprego. Isso está chegando aqui em Bragança Paulista também, há também a versão mais cool de ciclistas maneiríssimos carregando paineis no lago do Taboão. Jamais indicaríamos o uso desse tipo de recurso, pois causa na maioria das pessoas, um sentimento de angústia e indignação, por ver outro ser humano ser humilhado. Essa impressão tão degenerativa associada à sua marca ou produto, é muito negativa. No caso de Hector Babenco, na imagem que apresentamos, anunciando a mostra da qual fazia parte, e outras campanhas super criativas, têm um cunho mais lúdico e humano, é diferente e muito positivo.
5 comentários
Ótimo post. No domingo desse último fim de semana vi umas duas ou três pessoas com placas no pescoço aqui em Bragança quando pegava a estrada para Campinas. É lamentável, tanto o fato do desemprego estar fazendo com que pessoas se submetam a esse tipo de trabalho quanto a atitude das empresas que usam esse meio de divulgação.
Cara Morfina,
Penso totalmente o contrario. Considero que todo o trabalho digno,,,é digno! O homem-placa, com certeza sai de sua casa para se submeter a esse serviço, por falta de opção. Essa pequena remuneração pode significar a diferença entre um pouco de alimento para sua família ou a FOME….
Acho pior condição a dos homens que puxam pequenas carroças, se aproximam do trabalho animal…mas também, com certeza, deve ser na casa do sem jeito…
Valorizo muito o ser humano e me preocupa a dificuldade de sobrevivência nestas selvas..de pedra ou não…
Valorizemos os entregadores de panfletos, aceitando seus papeis e devolvendo um sorriso…Nos restaurantes self-service não costumo recolher a bandeja, me sujeitando a olhares de reprovação, apenas para propiciar a necessidade de mais trabalho….
adicionalmente, a propaganda via homem+placa…funciona, principalmente nestes tempos de restrição às placas fixas…assim, o publico alvo (pessoas passantes) é atingido e os tarefeiros tem o seu ganha pão….
Olhando por seu ângulo, voltado ao meio de ganhar sustento, e por parte do anunciante, mostrar seu produto a qualquer preço, penso que entenderia isso em condições extremas, como as que essas pessoas são expostas. Entretanto existem tantas outras formas de atender a essas pessoas oferecendo trabalhos mais dignos que não as faça sentir-se diminuídas…
Não faria comparações desses trabalhos que expõem pessoas a condições extremas como ficar sob o sol paradas, inertes as vezes sob a chuva, como placas, com trabalhadores em restaurantes ou outros… Não me refiro nesse post à simplicidade do trabalho, mas à degradação moral que ele imprime naqueles rostos…
Por empatia podemos notar isso, e como profissional jamais iria associar a marca de um cliente meu a um rosto desolado, envergonhado ou sofrido…
Preferiria sim a um panfleteiro ou outros meios mais inteligentes que poderia propor. Eu como marqueteira, mais que outros cidadãos, quando vejo um panfleteiro entregar um folheto, tenho ganas de beijá-lo… pois é tão frustrante fazer um material impresso de primeira, com todo esforço de marketing, e frustrar a tarefa sendo desperdiçado em má logística do entregador final… Eles são heróis para nós…
As agências podem pensar melhor, Não é por conta da lei de não poluição visual, que se apela a isso… Existe qualquer quantidade de meios. e somos peritos em buscar soluções, esses são os orifícios do ofício…
O governo, por sua vez, pode oferecer oportunidades de trabalho melhores, sem degradar o ser humano ao desespero e maltrato.
Ok que soa utopia, por isso mesmo cabe então a nós não incentivarmos agências e anunciantes a usar meios degradantes de trabalho. Se não houver cautela, haverá quem incentive trabalho infantil e escravo que já existe. Deveria diminuir essa tendência ao desdém dos menos favorecidos e não aumentar…
Te proponho algo: Falemos com alguns deles, coletemos deles a opinião sobre esse ofício. O que seria uma boa pergunta e não tendenciosa? Se perguntarmos se ele preferiria um trabalho diferente, será influenciador… Se perguntarmos se preferiria não ter esse trabalho também seria… temos que encontrar a pergunta certa.
Topa? temos que achar a boa pergunta, se estiver de acordo. Debatamos, meu caro?
vou te contar um segredo :conheço os homens-placa de longa data, quando fui gerente do Banco Real na Rua 24 de maio em SP…isso faz…hummmm….30 anos….eles não se sentiam infelizes não. Anunciavam o "COMPRA-SE OURO". Batiam papo, tomavam cafezinho e se levavam algum cliente pelo braço (rs) ainda ganhavam comissão….Se vc perguntar se eles querem um emprego melhor, podem responder : apenas queremos ganhar mais….deixemos-los ganhar …e as empresas ficarem felizes, vendendo mais…vcs marketeiros podem imaginar meios de fazer uma bela peça de propaganda preservando esses trabalhadores…não vamos falar em substituição de emprego, pelo governo, não é mesmo? já chega o bolsa família…